A paleógrafa Margareth Rodrigues mostrou ao vereador Emanoel Fernandes e equipe um livro de atas datado de 1830. |
Localizada num prédio histórico, datado de 1873, a Câmara Municipal de
Cabo Frio é muito mais do que um espaço legislativo. Pouca gente sabe, mas ali
dentro existem registros históricos datados de 1821, como as atas das primeiras
sessões legislativas, do tempo em que sequer existia a figura do prefeito, e
quem governava a cidade era o presidente da Câmara. Uma história rica,
preservada desde 2001 pela paleógrafa Margareth Silva Rodrigues Alves, e que
hoje foi apresentada à equipe de trabalho do vereador Emanoel Fernandes (PSC).
Todo escrito à mão, o livro faz parte do acervo da Câmara de Vereadores de Cabo Frio |
- Por incrível que pareça, muitas pessoas que trabalham na Câmara não têm noção
de que aqui, nesta sala, temos este acervo tão precioso. Por isso fiz questão
de trazer minha equipe para conhecer este espaço, porque não podemos pensar em
melhorar o futuro se não valorizarmos nosso passado – comentou Emanoel,
referindo-se à Sala das Atas, onde funciona parte do arquivo histórico da
Câmara.
Embora já conhecesse o espaço, hoje o vereador experimentou uma sensação nova,
ao ver, pela primeira vez, parte da história do Legislativo cabo-friense bem de
perto: um livro de “Actas”, com documentos entre o período de 14 de abril de
1830 a 21 de junho de 1832. Um verdadeira relíquia, escrita à mão, que foi 100%
transcrita por Margareth, e desde setembro do ano passado está disponível no
site www.paleografia.com.br, junto com vários
outros documentos antigos e históricos.
- Este livro de atas é o que mais chama a atenção por sua aparência histórica,
e devido ao seu estado, raramente podemos manuseá-lo. Mas temos temos
documentos originais bem mais antigos – contou a paleógrafa, lembrando que, ao
todo, são cerca de 158 mil documentos (atas, resoluções, tombamentos, registros
de aforamento da Secretara de Fazenda e da Câmara, e documentos diversos) desde
1821 até os dias atuais. Parte do acervo fica na Câmara, e uma grande parte
está na Secretaria Municipal de Fazenda de Cabo Frio.
Além da história, os livros e documentos também escondem curiosidades
impressionantes.
- Antigamente, todos esses documentos eram escritos à mão. Mas a caneta e a
tinta utilizados eram muito diferentes dos materiais que conhecemos hoje.
Naquela época usava-se a chamada caneta tinteiro, e a tinta utilizada era a
ferrogálica, feita da mistura de nozes, vinho ou cerveja, goma arábica e
sulfato ferroso. Por ser uma tinta adocicada, ela acaba atraindo insetos, e por
isso o cuidado na preservação desses documentos é muito grande – explicou
Margareth, que para fazer este trabalho de cadastro e preservação histórica dos
documentos, também utiliza toda sua experiência como professora de História e
restauradora, mas é o amor pelo resgate da história que acaba falando mais
alto.
Por tamanha dedicação, Margareth já foi homenageada com uma Moção de Aplausos
pela Câmara Municipal, e em setembro de 2011 foi convidada a palestrar na
Biblioteca Nacional.
Vocês já conhecem o site da Câmara Municipal de
Cabo Frio? No espaço estão disponíveis notícias, leis, pauta das sessões, e
muitas outras informações.
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