24 de abril de 2012

ATOS CONTRA A CORRUPÇÃO


Na praia de Copacabana, RJ.
Grupo pede que corrupção seja configurada como crime hediondo. Manifestantes protestaram com cartazes, máscaras e nariz de palhaço.
Nem a chuva desanimou as cerca de 300 pessoas que participaram da Marcha da União Contra a Corrupção, na Praia de Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro, na tarde deste sábado (21). O movimento foi organizado através de redes sociais e também aconteceu em outras cidades do país. Os manifestantes pedem a obrigatoriedade de ficha limpa para candidatos a cargos eletivos, a configuração de crime hediondo para os casos de corrupção na administração pública, além da criação de varas exclusivas para julgar as ações de improbidade administrativa com júri popular.
No meio da multidão composta em sua maioria por jovens, se destacavam as idosas Leni Virgem, 69 anos, e Bete Asserb, 82. Segurando um cartaz, onde se lia a frase “Vamos enforcar a corrupção”, elas caminharam com o grupo por cerca de quatro quilômetros.
“Essa campanha é para todos. Tem que haver mobilização em todas as idades”, declarou Bete.
Muitos dos manifestantes optaram em usar nariz de palhaço e máscaras, com o objetivo de criticar a impunidade dos crimes contra o dinheiro público.
Entre os participantes do movimento está o psicólogo Carlos Santiago Ribeiro, pai da menina Gabriela, morta em 2003, vítima de bala perdida durante um confronto entre policiais e criminosos na estação do metrô São Francisco Xavier.
“A minha filha também foi um alvo da corrupção. Na medida, em que as verbas públicas não são aplicadas na segurança, as vitimas da violência também são vitimas da corrupção”, explicou Carlos.
Um dos organizadores da marcha no Rio de Janeiro, o jovem Vinícius Nascimento, explicou como a internet ajudou a mobilizar os participantes do protesto.
“O movimento é organizado por várias pessoas, boca a boca e tecla e tecla. O nosso movimento é em defesa do país. Queremos que as leis sejam respeitadas e que os corruptos vão para a cadeia”, enfatizou o jovem.

São Paulo, com confronto. 
Após a passeata contra a corrupção na avenida Paulista, na região central de São Paulo, que ocupou duas faixas da via, um grupo de manifestantes bloqueou por completo a rua.
Quando os organizadores ainda tentavam retirar cerca de 30 manifestantes da via e o grupo parecia se dispensar, a Força Tática da Polícia Militar passou a atirar bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo.
Os manifestantes correram para o vão livre do MASP e do local atiraram pedras, paus e uma garrafa contra os policiais. Em seguida a Força Tática aproximou-se do local e o confronto cessou.
Minutos depois, quando a situação parecia controlada, um novo grupo de manifestantes se reuniu na esquina da Avenida Paulista com a Alameda Casa Branca e tentou continuar o protesto, bloqueando o trânsito.
Após nova investida da PM com bombas, a via foi liberada. Porém, os manifestantes foram para o outro lado da rua, metros adiante, e sentaram nas faixas de rolamento.
Somente após a terceira chuva de bombas - algumas caíram nas entradas da estação de metrô Trianon-Masp - o grupo se dispersou e a Paulista foi liberada.
Cerca de 700 pessoas participaram da passeata, segundo estimativa da PM. A avaliação dos organizadores aponta o número de 2.500 participantes.
Brasília
Em Brasília, cerca de 1.500 pessoas, segundo estimativa da Polícia Militar do Distrito Federal, marcharam na Esplanada dos Ministérios vestindo roupas pretas e carregando faixas e cartazes que pediam o fim dos desvios de verbas públicas. A marcha foi reforçada pelo público que participa das comemorações dos 52 anos de Brasília.
Maringá
No Paraná também teve uma marcha nesta manhã. Ela foi motivada por recorrentes escândalos divulgados na imprensa, a passeata convocada pela sociedade civil organizada reuniu, pelos cálculos da Polícia Militar, mais de 500 pessoas.
Marcou presença na passeata estudantes, lideranças de bairros e representantes da Associação Comercial e Empresarial de Maringá (ACIM), da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), de clubes de serviço como Rotary e Lions, da Igreja Católica, das lojas maçônicas da cidade, entre outros.

Fonte: Folha.com e G1

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